Veneno de rato
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Veneno de rato
Dentre as intoxicações nos cães e gatos a intoxicação por veneno de rato (rodenticidas – dicumarínicos) está entre as mais comuns.
Aqui no Hospital Veterinário Pet Care atendemos pelo menos um caso por mês.
Normalmente ela ocorre pelo uso doméstico indiscriminado no controle de ratos. É muito comum misturar o veneno de rato em comidas, carnes, pizzas, frutas e iscas que sejam atraentes para os ratos e por conseqüência também para os cães. Assim quando os cães encontram essas iscas distribuídas e escondidas pela casa, jardins, calhas e esconderijos eles acabam ingerindo e se intoxicam.
Não menos comum é a intoxicação criminosa, quando pessoas que não gostam de animais colocam essas iscas na tentativa de matar os cães e gatos. Hoje também é muito comum o envenenamento premeditado de cães de guarda em residências e empresas, visando assalto futuro (depois da morte dos cães).
Esses venenos com ação anticoagulante, causam sangramento generalizado por inibição dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K.
Os anticoagulantes de segunda geração são mais tóxicos, os sintomas demoram mais para aparecer e persistem no organismo (fígado) por mais tempo, aumentando o risco de morte e a necessidade de tratamento por muito mais tempo.
O principio ativo é rapidamente absorvido (90%) pelo sistema gastrointestinal e atinge pico plasmático (no sangue ) em 1 a 12 horas. A meia vida (ação) da toxina pode variar de horas (rodenticidas de primeira geração ) até semanas (rodenticida de segunda geração).
O quadro hemorrágico normalmente tem início em 2 a 3 dias.
O veneno vai causar alterações em vários sistemas devido a diminuição dos fatores de coagulação levando a hemorragias generalizadas.
– Hemorragia pulmonar e no espaço pleural levando o animal rapidamente a morte por falência respiratória.
– Sangramento em todo sistema gastro intestinal que pode ser visto ocasionando vômitos e fezes com sangue.
– Hemorragia no sistema nervoso central causando ataxia (dificuldade de andar), paralisia, convulsões entre outros.
– Sangramento visceral, resultado em acúmulo de sangue no abdômen (hemorragia interna)
– Dor muscular e derrame sanguíneo nas articulações.
– Hemorragia renal apresentando urina com sangue.
– Aborto em fêmeas gestantes e hemorragias uterinas.
Sintomas observados:
– Evidências de hemorragias como fraqueza, animal mais pálido, aumento da freqüência respiratória (ofegante), queda de pressão e manchas distribuídas pela pele (hematomas).
– Tosse, dificuldade respiratória.
– Aumento do volume abdominal (sangramento interno).
– Dor articular e dificuldade de caminhar.
– Sangramento persistente em machucados, gengivas, ou mesmo locais de picada de insetos.
– Sangramento nasal, sangramento na urina e fezes.
O diagnóstico ocorre pela história clínica (presença de veneno em casa, caso de histórico de vizinho que não gostam de animais, etc.), pelo exame clinico feito pelo médico veterinário e por exames auxiliares como ultra som (para ver sangramento abdominal), rx de tórax (sangramento no pulmão e pleura), hemograma (anemia), contagem de plaquetas (número baixo de plaquetas) e testes de fatores de coagulação (retardamento no tempo de coagulação).
O tratamento envolve medicação de suporte, algumas vezes transfusão de sangue fresco e antidoto.
Muitas vezes o animal vem a óbito pois em casos de sangramento interno, o dono não observa nenhuma outra alteração a não ser a apatia e sonolência que de uma hora para outra pode ser fatal.
Na suspeita de envenenamento por raticida procure imediatamente a orientação de um veterinário.
Luís Agostinho
L.Agostinho- Fundador
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