perdiz vermelha
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perdiz vermelha
o mal das largadas ora leia com atenção
A tuberculose das aves é uma doença infecciosa crónica de distribuição mundial, que afecta principalmente galinhas domésticas. Contudo, os casos diagnosticados noutras espécies de aves criadas em cativeiro tem vindo a aumentar. Os agentes são micobactérias, como o Mycobacterium avium e o M. genavense .
Pouco se sabe sobre a eventual presença desta doença em galiformes bravios, como a perdiz-vermelha ( Alectoris rufa ),e em caso de tal suceder, não sabemos como pode actuar em animais selvagens, quais os seus efeitos e como deve ser combatida e prevenida.
Tendo em conta a importância da perdiz-vermelha para a economia cinegética (por exemplo em Espanha estima-se que sejam mortas por ano cerca de 5 milhões de aves e que mais de 4 milhões de juvenis são largados todos os anos) e o aumento da intensividade da exploração cinegética, os casos recentes de tuberculose das aves em perdizes bravas devem ser estudados.
Em 2004 Millán et al. a detectaram, em três perdizes mortas, tuberculose das aves. Os coutos de onde eram provenientes estão localizados em áreas de elevada densidade de perdiz, mantidas através de alimento suplementar, de intenso controle de raposas, sem repovoamentos (excluindo-se assim a hipótese da doença ter sido introduzida em cativeiro) e com elevadas densidades de pombo-bravo, Columba palumbos , que usam os comedouros juntamente com as perdizes.
As carcaças apresentavam nódulos amarelados, com cerca de 1 cm de diâmetro no fígado ou no intestino e nos músculos, lesões na traqueia e esófago. Pensa-se que os animais mais velhos serão os mais afectados, devido não só ao longo período de incubação da micobactéria, mas também ao maior tempo de exposição e à diminuição da resposta imunitária. A alimentação artificial e a fraca predação aumentam a sobrevivência das perdizes.
Os factores de risco de transmissão da tuberculose das aves são, além da a elevada densidade de perdizes, o aumento do contacto com outras aves nos comedouros, como os referidos pombos.
Devido ao aumento da intensidade da gestão cinegética, esta doença pode atingir níveis preocupantes para as populações bravias e mesmo para o Homem, pois as perdizes, bem como outras espécies cinegéticas de caça menor, são muitas vezes consumidas sem passarem por uma inspecção veterinária.
O aumento do contacto entre perdizes e gado criado ao ar livre, bem como com os porcos de montanheira, aumentam o risco de contágio e põe em causa a saúde dos próprios animais.
Foram já detectados casos de tuberculose em rapinas, algumas das quais são espécies importantes para a conservação, e tendo em conta que a perdiz é uma das presas principais de muitos predadores, como a águia-real ( Aquila chrysaetos ). Os cuidados com a sanidade das populações bravias de perdiz deve ser uma das prioridades não só dos gestores cinegéticos, mas também dos conservacionistas e dos investigadores, por forma a minimizar os efeitos desta doença.
Como forma de prevenir surtos de doenças, como tuberculose das aves em populações de perdiz, sugerem-se algumas medidas de âmbito geral:
Em casos de elevada densidade de perdizes, deve-se diminuir a dimensão da população;
O nível de controle da predação deve ser moderado, por forma a que se potencie a remoção de animais doentes e fracos por processos naturais;
Deve-se dispersar o mais possível os comedouros;
Diminuir o contacto das perdizes com o gado domésticas;
Deve-se ter o máximo de precauções com os animais introduzidos, quer no que respeita à sua sanidade, pois podemos estar a introduzir agentes patogénico, quer no que diz respeito à genética dos indivíduos, pois muitas vezes são largados animais que não são puros (que podem ter menos resistência às doenças).
A largada de perdizes e os parasitas
A eficácia da largada de perdizes e as causas do seu insucesso podem ser várias: desde diferenças fisiológicas e de comportamento entre as perdizes de cativeiro e as silváticas, concentração de numerosas presas, com um consequente êxito dos predadores, assim como as diferentes doenças de que padecem.
No que toca às doenças, podem ser consideradas um dos principais problemas que assolam as aves largadas. Por um lado, o efeito das doenças que transportam é potenciado ao serem largadas, acentuando-se devido ao stress inerente à libertação num meio estranho. Por outro lado, contactam com doenças existentes no meio natural, que à população autóctone não causa qualquer dano, já que coexistem com elas há várias gerações. Paralelamente, e relacionando-se com esta última questão, os parasitas libertados com as aves de cativeiro poderiam afectar as populações naturais do local da largada por não estarem em contacto com eles e não lhes terem resistência. De facto, é bem conhecido que a introdução de novas doenças converte-se no principal problema associado à introdução de espécies exóticas em todo o mundo, existindo numerosos exemplos documentados na literatura científica. Contudo, nada se sabe acerca da libertação de espécies de caça autóctones criadas em cativeiro.
Neste sentido foi efectuado um estudo em que se comparou os helmintes - grupo de parasitas metazoários, que inclui, entre outros, tremátodes (Fasciolas, por exemplo), cestodes (ténias) e nemátodes (seres redondos, como o são os ascarídeos e as filárias) - que as perdizes de cativeiro e as naturais albergam, para comprovar se afectam consideravelmente o sucesso das largadas. Por outro lado, pretendia-se também confirmar se as perdizes largadas se poderiam converter num foco de novas doenças, de tal forma que pudessem afectar as populações silváticas ou outras espécies.
De todas as perdizes examinadas, foram encontrados 15 espécies de helmintes diferentes, onde apenas um era comum às perdizes de criação e às silváticas (Choanotaenia infundibulum). As perdizes de criação apresentam principalmente nemátodos de ciclo directo (a perdiz expulsa através das fezes ovos do parasita, os quais podem infectar directamente outras perdizes através da sua ingestão, após desenvolvimento no solo). Quanto às perdizes silváticas, predominam os helmintes de ciclo indirecto (para ser completo o seu ciclo de vida e dar-se a transmissão, uma das fases da vida do parasita desenvolve-se num hospedeiro intermediário, principalmente artrópodes e moluscos), como os cestodes, um tremátode hospedeiro do fígado (Dicrocoelium sp.) e um nemátode hospedeiro da moela das perdizes (Cheilospirura gruveli).
A tuberculose das aves é uma doença infecciosa crónica de distribuição mundial, que afecta principalmente galinhas domésticas. Contudo, os casos diagnosticados noutras espécies de aves criadas em cativeiro tem vindo a aumentar. Os agentes são micobactérias, como o Mycobacterium avium e o M. genavense .
Pouco se sabe sobre a eventual presença desta doença em galiformes bravios, como a perdiz-vermelha ( Alectoris rufa ),e em caso de tal suceder, não sabemos como pode actuar em animais selvagens, quais os seus efeitos e como deve ser combatida e prevenida.
Tendo em conta a importância da perdiz-vermelha para a economia cinegética (por exemplo em Espanha estima-se que sejam mortas por ano cerca de 5 milhões de aves e que mais de 4 milhões de juvenis são largados todos os anos) e o aumento da intensividade da exploração cinegética, os casos recentes de tuberculose das aves em perdizes bravas devem ser estudados.
Em 2004 Millán et al. a detectaram, em três perdizes mortas, tuberculose das aves. Os coutos de onde eram provenientes estão localizados em áreas de elevada densidade de perdiz, mantidas através de alimento suplementar, de intenso controle de raposas, sem repovoamentos (excluindo-se assim a hipótese da doença ter sido introduzida em cativeiro) e com elevadas densidades de pombo-bravo, Columba palumbos , que usam os comedouros juntamente com as perdizes.
As carcaças apresentavam nódulos amarelados, com cerca de 1 cm de diâmetro no fígado ou no intestino e nos músculos, lesões na traqueia e esófago. Pensa-se que os animais mais velhos serão os mais afectados, devido não só ao longo período de incubação da micobactéria, mas também ao maior tempo de exposição e à diminuição da resposta imunitária. A alimentação artificial e a fraca predação aumentam a sobrevivência das perdizes.
Os factores de risco de transmissão da tuberculose das aves são, além da a elevada densidade de perdizes, o aumento do contacto com outras aves nos comedouros, como os referidos pombos.
Devido ao aumento da intensidade da gestão cinegética, esta doença pode atingir níveis preocupantes para as populações bravias e mesmo para o Homem, pois as perdizes, bem como outras espécies cinegéticas de caça menor, são muitas vezes consumidas sem passarem por uma inspecção veterinária.
O aumento do contacto entre perdizes e gado criado ao ar livre, bem como com os porcos de montanheira, aumentam o risco de contágio e põe em causa a saúde dos próprios animais.
Foram já detectados casos de tuberculose em rapinas, algumas das quais são espécies importantes para a conservação, e tendo em conta que a perdiz é uma das presas principais de muitos predadores, como a águia-real ( Aquila chrysaetos ). Os cuidados com a sanidade das populações bravias de perdiz deve ser uma das prioridades não só dos gestores cinegéticos, mas também dos conservacionistas e dos investigadores, por forma a minimizar os efeitos desta doença.
Como forma de prevenir surtos de doenças, como tuberculose das aves em populações de perdiz, sugerem-se algumas medidas de âmbito geral:
Em casos de elevada densidade de perdizes, deve-se diminuir a dimensão da população;
O nível de controle da predação deve ser moderado, por forma a que se potencie a remoção de animais doentes e fracos por processos naturais;
Deve-se dispersar o mais possível os comedouros;
Diminuir o contacto das perdizes com o gado domésticas;
Deve-se ter o máximo de precauções com os animais introduzidos, quer no que respeita à sua sanidade, pois podemos estar a introduzir agentes patogénico, quer no que diz respeito à genética dos indivíduos, pois muitas vezes são largados animais que não são puros (que podem ter menos resistência às doenças).
A largada de perdizes e os parasitas
A eficácia da largada de perdizes e as causas do seu insucesso podem ser várias: desde diferenças fisiológicas e de comportamento entre as perdizes de cativeiro e as silváticas, concentração de numerosas presas, com um consequente êxito dos predadores, assim como as diferentes doenças de que padecem.
No que toca às doenças, podem ser consideradas um dos principais problemas que assolam as aves largadas. Por um lado, o efeito das doenças que transportam é potenciado ao serem largadas, acentuando-se devido ao stress inerente à libertação num meio estranho. Por outro lado, contactam com doenças existentes no meio natural, que à população autóctone não causa qualquer dano, já que coexistem com elas há várias gerações. Paralelamente, e relacionando-se com esta última questão, os parasitas libertados com as aves de cativeiro poderiam afectar as populações naturais do local da largada por não estarem em contacto com eles e não lhes terem resistência. De facto, é bem conhecido que a introdução de novas doenças converte-se no principal problema associado à introdução de espécies exóticas em todo o mundo, existindo numerosos exemplos documentados na literatura científica. Contudo, nada se sabe acerca da libertação de espécies de caça autóctones criadas em cativeiro.
Neste sentido foi efectuado um estudo em que se comparou os helmintes - grupo de parasitas metazoários, que inclui, entre outros, tremátodes (Fasciolas, por exemplo), cestodes (ténias) e nemátodes (seres redondos, como o são os ascarídeos e as filárias) - que as perdizes de cativeiro e as naturais albergam, para comprovar se afectam consideravelmente o sucesso das largadas. Por outro lado, pretendia-se também confirmar se as perdizes largadas se poderiam converter num foco de novas doenças, de tal forma que pudessem afectar as populações silváticas ou outras espécies.
De todas as perdizes examinadas, foram encontrados 15 espécies de helmintes diferentes, onde apenas um era comum às perdizes de criação e às silváticas (Choanotaenia infundibulum). As perdizes de criação apresentam principalmente nemátodos de ciclo directo (a perdiz expulsa através das fezes ovos do parasita, os quais podem infectar directamente outras perdizes através da sua ingestão, após desenvolvimento no solo). Quanto às perdizes silváticas, predominam os helmintes de ciclo indirecto (para ser completo o seu ciclo de vida e dar-se a transmissão, uma das fases da vida do parasita desenvolve-se num hospedeiro intermediário, principalmente artrópodes e moluscos), como os cestodes, um tremátode hospedeiro do fígado (Dicrocoelium sp.) e um nemátode hospedeiro da moela das perdizes (Cheilospirura gruveli).
Re: perdiz vermelha
boas
tive a descascar (depenar )uma perdiz
e vejam o que ela tinha no papo
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
eu quando apalpei o papo parecia-me cevada
mas como naquela reserva nunca vi comedouros
fiquei curioso
e quando abri o papo era só caracois
como se pode ver na foto
cumps,
tive a descascar (depenar )uma perdiz
e vejam o que ela tinha no papo
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eu quando apalpei o papo parecia-me cevada
mas como naquela reserva nunca vi comedouros
fiquei curioso
e quando abri o papo era só caracois
como se pode ver na foto
cumps,
Última edição por jose costa em Sex 25 Out 2013 - 22:54, editado 1 vez(es)
jose costa- iniciado
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Re: perdiz vermelha
Luis
jviana- Fundador
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Re: perdiz vermelha
Eu tenho: havendo perdizes bravas sou contra repovoamentos.
Ou se luta pela melhoria das condições para a perdiz brava ou então repovoar não sei se não será mais um prego no caixão da perdiz brava...
Já num sítio onde a perdiz brava se foi o repovoamento é obrigatório. Além disso é importantíssimo que as perdizes sejam de elevada qualidade quer em genética quer a nivel fitossanitário por causa das doenças...
Ou se luta pela melhoria das condições para a perdiz brava ou então repovoar não sei se não será mais um prego no caixão da perdiz brava...
Já num sítio onde a perdiz brava se foi o repovoamento é obrigatório. Além disso é importantíssimo que as perdizes sejam de elevada qualidade quer em genética quer a nivel fitossanitário por causa das doenças...
nelson oliveira- Administrador
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Data de inscrição : 14/09/2013
Idade : 44 Localização : Montijo/Carriço
Emprego/lazer : Enfermeiro
Humor : Normal
Re: perdiz vermelha
JOSÉ COSTA AI SE VÊ AS CONDIÇÕES QUE A CAÇA TÊM NA ALIMENTAÇÃO É O MESMO SE TIVER-MOS DE SOBREVIVER TE GARANTO QUE COMES O QUE FOR PRECISO...
m.f- Membro Sénior
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Data de nascimento : 14/01/1971
Data de inscrição : 11/07/2013
Idade : 53 Localização : sintra
Emprego/lazer : caça e pesca
Humor : 9,9
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