A caça e os vinhos novos.
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A caça e os vinhos novos.
A caça e os vinhos novos.
Tive um amigo e companheriro de caça que recordo com muita saudade.
Todos os anos, no final da caça geral, ele fazia questão de organizar uma caçada na sua tera natal, e para a qual convidava os amigos, muitos amigos!
Os tios dele, lá na terra, ali para os lados de Ourém, recebiam-nos com todas as simpatias.
Aquelas caçadas que lá fizemos ficaram na memória de todos os que nelas participaram, porque tudo de bom acontecia. Era a caça no seu melhor pela convivência pela partilha e pela amizade.
Começavamos pelo pequeno almoço, depois a caçada, em grupos de três, quatro ou cinco, e depois o almoço, sempre suberbamente preparado por esse nosso amigo. A tarde prolongava-se com conversa, jogos de cartas e algumas visitas às adegas dos familiares para provar os vinhos novos.
No final da tarde, havia sempre uma saborosa cebolada de caça, preparada na fogueira duma enorme lareira que havia propositadamente para as grandes paródias.
Ora, sendo a zona de Ourém uma zona por excelência para vinhos bem graduados, não vale a pena dizer o que acontecia à grande maioria dos mais descuidados.
Eu recordo-me de todas as caçadas que lá fiz, mas a primeira, porque foi a primeira e porque quase tudo foi surpresa, é a que melhor recordo.
A cebolada de coelho, perdiz e tordos foi preparada por mim, porque fugi do grupo logo à saída da adega onde provámos um vinho novo aí com uns 14 graus. Quase todos se preparavam para novas provas, noutra adega, quando eu me fui agarrar ao tacho numa atitude de defesa. Mesmo assim, eu já não estava muito puro, e talvez essa fosse a razão porque o tempero daquele tacho de cebolada de caça estava divinal.
Jantámos, e o vinho que acompanhou o jantar era daqueles especiais para acompanhar pratos de caça, ou então eram as nossas papilas gostativas que fizeram com que o conjunto se complementasse de modo excelente.
Escusado será dizer, que fiquei contente, muito contente mesmo, mas tinha companhia e ainda muito mais conversadores do que eu.
Quando me largaram à porta de casa, fiquei desconfiado! Alguém tinha mudado a fechadura da porta! A chave não entrava!
Mas, depois de algumas tentativas, a porta abriu-se sem eu perceber muito bem porquê!
A minha mulher estava logo alí e ria-se muito. Não liguei!
Ela ajudou-me a descalçar e a despir e também não percebi porquê!
Eu não estava com nenhuma defiência e podia fazer aquilo perfeitamente, mas ela disse logo que me ajudava. E continuava a rir-se, sem eu perceber qual tinha sido o filme cómico que ela tinha acabado de ver na televisão!
Já estava deitado na cama, com tudo escuro, quando a campainha da porta tocou. Percebi que era um amigo e vizinho, e a minha mulher convidou logo a visitar-me no quarto, como se eu estivesse a recuperar duma grave doença.
Abriram a porta e acenderam a luz... Que coisa estranha que aconteceu, acto contínuo. O quarto começou todo a andar à roda com uma velocidade estonteantemente!
Fui obrigado a levantar-me rápidamente para ir à casa de banho.
Mas, assim que saí do quanto, uma pequena mesa que tinha um jarro de flores em cima, resolveu brincar comigo. A mesa atravessou-se à minha fernte e conforme eu me desviava, a mesa seguia os meus movimentos.
A minha mulher e o meu vizinho estavam a rir-se, supostamente por causa dos movimentos da mesa. Ganhei coragem e pensei cá para comigo.
"Não hás-de ser mais teimosa que eu"... Encostei-me de costas à parede, entrei no outro quanto, e voltei a sair com as costas encostadas à parede do outro lado, mas contornei a mesa, para poder entra na casa de banho. Ainda olhei para trás orgulhoso por ter vencido aquela mesa teimosa que queria bgozar comigo!
Não me recordo do que se passou a seguir, mas sei que já passaram muitos anos, e às vezes ainda olho para aquela mesa e fico a sorrir sozinho, imaginando os movimentos que ela fez naquele dia.
Só os momentos que partilhamos com os amigos nas vivências associadas à caça, nos proporcionam estas coisas tão mágicas, e tão bonitas!
Tive um amigo e companheriro de caça que recordo com muita saudade.
Todos os anos, no final da caça geral, ele fazia questão de organizar uma caçada na sua tera natal, e para a qual convidava os amigos, muitos amigos!
Os tios dele, lá na terra, ali para os lados de Ourém, recebiam-nos com todas as simpatias.
Aquelas caçadas que lá fizemos ficaram na memória de todos os que nelas participaram, porque tudo de bom acontecia. Era a caça no seu melhor pela convivência pela partilha e pela amizade.
Começavamos pelo pequeno almoço, depois a caçada, em grupos de três, quatro ou cinco, e depois o almoço, sempre suberbamente preparado por esse nosso amigo. A tarde prolongava-se com conversa, jogos de cartas e algumas visitas às adegas dos familiares para provar os vinhos novos.
No final da tarde, havia sempre uma saborosa cebolada de caça, preparada na fogueira duma enorme lareira que havia propositadamente para as grandes paródias.
Ora, sendo a zona de Ourém uma zona por excelência para vinhos bem graduados, não vale a pena dizer o que acontecia à grande maioria dos mais descuidados.
Eu recordo-me de todas as caçadas que lá fiz, mas a primeira, porque foi a primeira e porque quase tudo foi surpresa, é a que melhor recordo.
A cebolada de coelho, perdiz e tordos foi preparada por mim, porque fugi do grupo logo à saída da adega onde provámos um vinho novo aí com uns 14 graus. Quase todos se preparavam para novas provas, noutra adega, quando eu me fui agarrar ao tacho numa atitude de defesa. Mesmo assim, eu já não estava muito puro, e talvez essa fosse a razão porque o tempero daquele tacho de cebolada de caça estava divinal.
Jantámos, e o vinho que acompanhou o jantar era daqueles especiais para acompanhar pratos de caça, ou então eram as nossas papilas gostativas que fizeram com que o conjunto se complementasse de modo excelente.
Escusado será dizer, que fiquei contente, muito contente mesmo, mas tinha companhia e ainda muito mais conversadores do que eu.
Quando me largaram à porta de casa, fiquei desconfiado! Alguém tinha mudado a fechadura da porta! A chave não entrava!
Mas, depois de algumas tentativas, a porta abriu-se sem eu perceber muito bem porquê!
A minha mulher estava logo alí e ria-se muito. Não liguei!
Ela ajudou-me a descalçar e a despir e também não percebi porquê!
Eu não estava com nenhuma defiência e podia fazer aquilo perfeitamente, mas ela disse logo que me ajudava. E continuava a rir-se, sem eu perceber qual tinha sido o filme cómico que ela tinha acabado de ver na televisão!
Já estava deitado na cama, com tudo escuro, quando a campainha da porta tocou. Percebi que era um amigo e vizinho, e a minha mulher convidou logo a visitar-me no quarto, como se eu estivesse a recuperar duma grave doença.
Abriram a porta e acenderam a luz... Que coisa estranha que aconteceu, acto contínuo. O quarto começou todo a andar à roda com uma velocidade estonteantemente!
Fui obrigado a levantar-me rápidamente para ir à casa de banho.
Mas, assim que saí do quanto, uma pequena mesa que tinha um jarro de flores em cima, resolveu brincar comigo. A mesa atravessou-se à minha fernte e conforme eu me desviava, a mesa seguia os meus movimentos.
A minha mulher e o meu vizinho estavam a rir-se, supostamente por causa dos movimentos da mesa. Ganhei coragem e pensei cá para comigo.
"Não hás-de ser mais teimosa que eu"... Encostei-me de costas à parede, entrei no outro quanto, e voltei a sair com as costas encostadas à parede do outro lado, mas contornei a mesa, para poder entra na casa de banho. Ainda olhei para trás orgulhoso por ter vencido aquela mesa teimosa que queria bgozar comigo!
Não me recordo do que se passou a seguir, mas sei que já passaram muitos anos, e às vezes ainda olho para aquela mesa e fico a sorrir sozinho, imaginando os movimentos que ela fez naquele dia.
Só os momentos que partilhamos com os amigos nas vivências associadas à caça, nos proporcionam estas coisas tão mágicas, e tão bonitas!
Antero Braz da Silva- iniciado
- Mensagens : 216
Data de nascimento : 19/02/1954
Data de inscrição : 13/07/2013
Idade : 70 Localização : Martingança
Emprego/lazer : Industria de plásticos
Humor : Normalmente em alta
Re: A caça e os vinhos novos.
não podia estar mais de acordo com as suas ultimas palavras Sr. Antero.
Muitos colegas que tenho não acreditam em metade das coisas que lhe conto que se passa na caça. (não são caçadores têm menos um prazer na vida)
Muitos colegas que tenho não acreditam em metade das coisas que lhe conto que se passa na caça. (não são caçadores têm menos um prazer na vida)
gonçalo- iniciado
- Mensagens : 328
Data de nascimento : 05/02/1985
Data de inscrição : 10/10/2013
Idade : 39 Localização : coimbra
Emprego/lazer : socio
Humor : sempre bem disposto
Re: A caça e os vinhos novos.
AMIGO BRAZ BELO DIA ESSE NÃO VAIS ESQUEÇER NUNCA...
m.f- Membro Sénior
- Mensagens : 3965
Data de nascimento : 14/01/1971
Data de inscrição : 11/07/2013
Idade : 53 Localização : sintra
Emprego/lazer : caça e pesca
Humor : 9,9
Re: A caça e os vinhos novos.
Amigo Antero tambem eu tenho muitos e bom convivios relacionados com a caça, pois é dequelas coisas boas da vida, mas há alguns que não me lembro muito bem, nei sei porque será,ahahahaah
Mulerite- iniciado
- Mensagens : 466
Data de inscrição : 11/07/2013
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